Devaneios: Falando sobre sonhos

Estava caminhando bem distraída pelas ruas de Niterói um outro dia, então a pichação de um muro entre umas calçadas e outras me chamou bastante a atenção, no qual estava escrito a seguinte frase: “Você já sonhou hoje?”. E parei para refletir sobre como nós deixamos de sonhar ao passar dos anos. Tentei recordar a respeito da última vez que havia sonhado, e percebi que já faz algum tempo. Indaguei-me no mesmo instante sobre qual foi o meu último sonho de vida, aquele no qual sonhamos acordados mesmo. E pasme, não consegui pensar em nenhum que eu almeje atualmente. A impressão foi a de que estou apenas existindo, sobrevivendo aos dias e não sendo um ser humano que transforma, que sente, que sonha e que tenta emanar amor e ser amor. E a verdade, infelizmente, é que nós vamos deixando de achar bonito as pequenezas das coisas, de dar importância à sutileza dos sentimentos e das pessoas; e as borboletas no estômago passam a fazer cada vez menos voos. Perdemos aquela inocência de criança, de tentar significar e ressignificar os nossos sonhos e paramos de brincar de inventar. Sinto falta dessa capacidade de deixar a mente fantasiar, viajar e flutuar sobre as possibilidades de ser. Sei que o mundo pode ser cruel às vezes, principalmente para nós, ainda sonhadores. Mas continuo acreditando na bondade dos corações, no amor genuíno e tenho fé de que amanhã ainda vou poder me distrair com os pássaros voando no céu azul e irei poder sonhar de novo com algo bonito...

Comentários

Anônimo disse…
Quem sabe, um dia, minha egéria, você não sonhe ao meu lado, pois só a tua existência já me faz ser uma pessoa perdidamente nefelibata!!!
Com carinho, dou-me a liberdade de assinar esse comentário como teu, e para sempre teu, velado e predestinado admirador ;) ♥
Jaya Magalhães disse…
Já diz o filme, né? São tempos difíceis para os sonhadores. Consigo entender exatamente como você se sente, volta e meia me pego analisando e questionando as mesmas coisas. Daí eu penso que se somos capazes de fazer essa análise, nem tudo está perdido. E que assim seja.

Um beijo e escreve mais!

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