Sobre entregas e despedidas

A gente se engana fácil, mas ao final de toda história eu sempre fico com a poesia e redescubro um jeito novo de sentir. Dessa vez está rasgando o peito, parece uma azia no coração. Talvez até seja isso mesmo, consequência do vazio que você deixou.
Tentei te afastar da todas as formas possíveis. Não quis mais saber de você, sobre o seu dia ou o que anda fazendo. Mas aí você me apareceu de novo, de um jeito completamente involuntário e que eu não poderia controlar, para o meu desespero. Sonhei com você. E que filha-da-puta! Você estava lindo com aquele sorriso no canto da boca e um olhar tão cheio de si.
Eu não estava preparada para isso agora e nem contava que você me causaria esse tanto. Acho que na verdade nós nunca esperamos mesmo, só acontece e ponto. E a gente vive. E a gente aproveita a delícia que é se envolver com o outro que se predispõe a envolver-se com a gente também.
Na realidade acho que a vida é mesmo isso, sabe!? Lembranças e recordações das pessoas que conhecemos e dos bons instantes que vivemos. Por isso que devemos nos entregar intensamente aos momentos presentes, pois amanhã eles se tornarão uma memória gostosa, um sorriso despretensioso em ensejos de descuido, uma gratidão por sentir-se viva com as cócegas que esses tantos sentires nos fazem por dentro.


E que os afetos continuem sendo inspiração para a poesia...

Comentários

Jaya Magalhães disse…
É aquela história, né? Não é porquê acabou que não deu certo. Deu certo sim. E muito. Existiu verdade e entrega, apesar de. A parte bonita deve ser peneirada sempre, fica mais fácil seguir quando a leveza flui. E no mais, o texto é lindo e dolorido. Eu fico sempre feliz quando você aparece.

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