Devaneios: Um novo Carnaval

Queria acordar amanhã e ver que tudo não passou de um sonho ruim, daqueles que tentamos acordar e não conseguimos, que milhões de pessoas não estivessem perdendo a vida em uma guerra invisível, que nossos representantes não falassem diversas atrocidades sem o mínimo de pudor sobre a humanidade, que o egoísmo e o desrespeito não fosse tão latente em algumas pessoas, que as pessoas não estivessem perdendo a sua forma de sustento, que corpos não fossem descartados como se nada fossem.

Queria acordar amanhã em pleno sábado de carnaval, festejar durante os quatro dias livres de julgamentos, entre serpentinas e muito glitter, abraçar e beijar desconhecidos ao som de alguma marchinha que todos sabem cantar, usar uma fantasia diferente em cada dia e me divertir com a criatividade ou bizarrice das fantasias de outras pessoas, descer as ladeiras de Santa Teresa atrás de algum bloco debaixo da chuva que lava a alma e leva qualquer motivo de tristeza embora.

Queria tudo diferente, porém realidade é outra, eu sei. Mas como alguém que involuntariamente enxerga poesia em tudo, assim tento extrair lições positivas dos dias que se passam. E cada novo dia de céu azul está sendo combustível para esperançar dias melhores. Fortaleço-me frequentemente no amor e nas maneiras de amar. E o amor ao próximo é o melhor remédio em qualquer circunstância, e no momento que vivemos hoje não poderia ser de outra maneira.


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